Conteúdo
Justificativa:
• As transformações econômicas das últimas décadas puseram em cheque a autonomia dos estados nacionais. Promoveram a desterritorialização das atividades produtivas e minaram a autonomia dos sistemas político lançando desafios inéditos para a chamada democracia representativa. No entanto, configurando o que muitos cientistas sociais tem chamado de globalização, essas mudanças estão alterando radicalmente a maneira de pensar os problemas políticos e a própria concepção de sociedade. Se nos primeiros tempos da reestruturação produtiva grassou o “pensamento único”, também do fruto da fragmentação das identidades dos diversos atores, por outro lado vicejou o debate sobre o local e o direito á diferença. A percepção pelos indivíduos destas mudanças tem assumido enfoques multidimensionais. O tempo, o passado, o progresso voltaram a ser tematizados. Há um retorno ao debate sobre a contribuição dos diversos discursos sobre a realidade em que vivemos. A tradição, o conjunto de costumes e crenças sociais locais tem voltado a ser valorizadas.
No que respeita ao nosso país o novo balanço de sua trajetória tem revisto as relações entre região e nação, entre Estado e “sociedade civil”, entre mudança e conservação, e impacta fortemente na História, Arqueologia, Sociologia, Cultura e Ciência Política. Estas problemáticas não poderiam deixar de envolver a comunidade escolar e universitária, lócus por excelência da repercussão de projetos políticos.
Esse ambiente critico para prosperar deve esta inserido nos problemas vividos pelas próprias sociedades locais. Sendo refletidos por sujeitos concretos, dispostos a desenvolver uma intervenção que tenha apelo social. A Bahia tem tudo para dar expressiva contribuição a esta discussão. Em seu território brotou original construção negra e indígena estabelecida em conflito com opressores europeus. Os tempos presentes recuperam o sentido da mesma para a construção de novos paradigmas civilizatórios numas encruzilhada decisiva como a que vivemos no Brasil.
É neste sentido que a FACCEBA idealizou e promove o presente Curso de História da Cultura Afro-brasileira e Afro-baiana. Este tem como substrato a discussão de uma nova reflexão do Brasil, do seu Estado e sociedades, e das relações que mantiveram interna e externamente, vistas particularmente a partir das culturas afros que aqui se desenvolveram, seja na alimentação, na arte, no esporte, na religião, na política e em outras formas de sociabilidade constitutiva de nossa condição nacional.
Disciplinas:
Capitalismo, escravidão e mercado interno; 30 h
O Brasil, a África e o Atlântico no século da “Abolição” 30 h
Metodologia da Pesquisa Cientifica; 30 h
As sociedades quilombolas e a resistência política negra na colônia e no império; 30 h
Didática do Ensino superir 30 h
Trajetória da legislação, políticas oficiais e de instituições privadas sobre o negro; 30 h
O local e global na produção cultural e estética negra no Brasil; 30 h
A contribuição negra e indígena para a alimentação brasileira; 30 h
Religiões afro-brasileiras; 30 h
A construção do português como língua nacional e o papel das nações negras e indígenas; 30 h
Políticos e intelectuais negros no Brasil; 30 h
O negro na atualidade 30 h
Orientação TCC; 90 h
Total de horas presenciais: 360 h
Total de horas do curso: 630 h
Para cada disciplina será acrescida 15 h de atividade extra-classe