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As reformas educacionais ocorridas na década de 1990 no Brasil, em consonância com a própria redefinição do papel do Estado nas questões sociais, reconhecem, por um lado, a função educativa de diversas instâncias sociais, além daquelas funções tradicionalmente atribuídas à escola; e, por outro lado, indicam a existência de demandas sócio-educacionais que ultrapassam os limites formais e regulares da instituição escolar.
A co-responsabilidade da sociedade civil no enfrentamento das questões educacionais, conforme prescrito nos textos legais impulsionou o crescimento do terceiro-setor (ONGs, Fundações, Associações civis e profissionais sem fins lucrativos, parcerias Estado/Sociedade, Entidades Filantrópicas, Culturais e Assistenciais, etc.), e a conseqüente tentativa de profissionalização dessa área, através da formação e qualificação acadêmica de seus profissionais. Notadamente, busca-se superar o paradigma assistencialista e voluntarista que tradicionalmente esteve vinculado a essa área de atuação, utilizando-se de ferramentas de planejamento e de gestão, tendo por foco critérios de qualidade e de efetividade social.
Neste sentido, o educador social é um profissional que está sendo socialmente requerido e está habilitado a intervir com diversas populações: crianças, jovens, adultos, seniores, e em contextos sociais, culturais e educativos diversos. O trabalho deste profissional é pedagógico e, porque deve considerar o território como local de ação e objeto de atenção, a sua formação se caracterizará por conteúdos e desenvolvimento de habilidades e competências que lhes permitam agir como educador social no território, prevenindo danos, recuperando, promovendo recursos e ações individuais e sociais que se refiram ao enfrentamento, reparação, minimização de desvantagens ou aviltamento da segurança e do bem-estar bio-psico-social do indivíduo.
Esta demanda profissional está associada com o público que tenha graduação em ciências humanas, sociais e da saúde, que atuam na área da educação formal ou informal, bem como membros de organizações não governamentais atuantes nas áreas sociais e educacionais. Dirigentes e técnicos de órgãos estaduais e municipais, que atuam no campo da execução de medidas sócio-educativas.