Histórico
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação (PGCTI) é o resultado de um amplo e contínuo processo de avaliação, reflexão e aprendizagem sobre as razões e motivos de uma área de concentração em Gestão do Conhecimento e a Tecnologia da Informação. O processo teve início em 1998, data da criação do Mestrado em Informática, decorrência do crescente volume de pesquisas e das experiências acumuladas com a oferta de cursos de especialização em Informática em anos anteriores.
Decorridos os três primeiros anos de sua criação caracterizados por demanda de aproximadamente 80 candidatos/ano majoritariamente composta por gestores de Tecnologia da Informação (TI) dos setores privado e público constatou-se a necessidade de uma expansão e reformulação da proposta inicial. O desenvolvimento das tecnologias da inteligência, a valorização do conhecimento na Administração Pública e privada em paralelo com a formação e interesse dos professores doutores resultou na criação do Mestrado Multidisciplinar em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação (MGCTI).
O Programa nasceu comprometido com os desafios da criação de conhecimento na interface com as tecnologias da informação, sua vocação regional, a área pública e o crescente estabelecimento de empresas privadas no setor tecnológico no DF, e com um público-alvo composto por profissionais oriundos da área de TI hoje em posições de gestores.
Linhas de Pesquisa
1. Conhecimento Organizacional: inteligência, aprendizagem e gestão
2. Engenharia e Sistemas de Conhecimento
3. Governança de TI
1. Conhecimento Organizacional: inteligência, aprendizagem e gestão
No Século XXI as organizações, de indistinta natureza, estão expostas a inúmeros desafios, como por exemplo, sociais, econômicos, tecnológicos, ambientais e produtivos que requerem competências essenciais para aprender a conviver e se adaptar às mudanças radicais e sistêmicas de impacto global. As agendas pública e privada iniciam elaboração de estratégias para tratar os assuntos de aumento expressivo da população mundial, de demanda de energia, de mudanças climáticas, entre outros temas globais.
Contudo, há desafios cotidianos, menos perceptíveis, que progridem e comprometem demasiadamente as competências organizacionais. Alguns deles se estabelecem em duas frentes: na ignorância de tomada de decisão e na incompetência de geração de conhecimento e soluções sinérgicas. A título de ilustração cita-se o fato da extraordinária geração de massas de dados mundial, acompanhada pela incompetência para coleta, comparação e descarte de dados, geração de informação e análise para o suporte à decisão. Em síntese, o excesso de insumo sem método de compartilhamento e decisão dificulta a aprendizagem, o compartilhamento e a confiança organizacional para a tomada de decisão consciente.
Estabelece-se, portanto uma grande oportunidade científica, profissional, educacional e sócio-cultural na elaboração sistêmica de pesquisas em Conhecimento Organizacional focadas na inteligência, aprendizagem, gestão e adaptação às mudanças dos ambientes externos das organizações.
No Programa de Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação, uma das estratégias para lidar com esses desafios é posicionar-se como um agente em um ambiente em que as mudanças são promovidas por inovações, atuações sinérgicas coletivas e por aprendizagem contínua. Com o intuito de se garantir resultados expressivos e consistentes nesta estratégia, o Programa escolheu os seguintes focos de atuação:
1. Inteligência
Tem por propósito antever (pensamento prospectivo) tendências, sinais, movimentos estratégicos, cenários, entre outros elementos prospectivos para suportar o processo de tomada de decisão das organizações. As áreas de conhecimento intrinsecamente relacionadas são Foresight, as inteligências Organizacional, Competitiva e Estratégica.
2. Aprendizagem
O intuito é abordar as organizações, seus ambientes interno e externo, os processos de tomada de decisão e os sistemas cognitivos e criativos de forma a permitir que se aprenda a conviver com as mudanças e adaptações requeridas para inovar. São consideradas as novas práticas de relacionamento para geração de conhecimento e inovação, como as redes de conhecimento cujo êxito tem sido limitado por ausência de competências em várias ordens, como em: gestão de relacionamentos entre atores e organizações tipicamente marcadas por valores mais humanos; geração de conhecimento compartilhado; sinergia e desempenho do sistema para resultados; e acordos de propriedade intelectual e compartilhamento de resultados entre organizações.
3. Gestão
A estrutura básica consiste em desenvolver uma formação epistemológica e metodológica de como se atua nas organizações, perpassando por princípios de auto-organização, sinergia nas interações e pensamento sistêmico.
2. Engenharia e Sistemas de Conhecimento
Atualmente, o conhecimento se destaca como principal fonte de diferencial competitivo e inovação nas empresas, como também como possibilidade de transformação da realidade social. Nesse contexto, teorias e conceitos vêm sendo elaborados no âmbito da Gestão do Conhecimento, privilegiando o aspecto humano do trabalhador do conhecimento.
A área de Tecnologia da Informação, considerada essencial para muitas organizações, tem sido também influenciada por essas teorias e conceitos; seja impactando diretamente na concepção e projeto (design) de novas tecnologias que busquem responder aos problemas complexos de uma organização; ou, pela própria natureza das atividades de projetos de software que são de intensa utilização de conhecimento, requerendo abordagens teóricas que permitam reconhecer esse conhecimento como importante ativo das organizações de software.
A presente linha visa investigar soluções para problemas relacionados ao conhecimento e seus processos de gestão, contribuindo para uma evolução teórica e prática, a partir da ótica da tecnologia. Dessa forma, são exploradas contribuições de diferentes domínios de conhecimento: Inteligência Artificial, Processamento de Imagens e Sinais, Ontologias, Bibliotecas digitais, Sistemas para Web, Aprendizagem e Trabalho Colaborativos, Engenharia de Software, Qualidade de Software e Segurança.
3. Governança de TI
Governança Corporativa é o conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada. Essa linha de pesquisa abrange o estudo das relações entre os diversos atores envolvidos (stakeholders) e os objetivos da empresa. Os principais atores são os acionistas, a alta administração e o conselho de administração. Outros participantes da Governança Corporativa são os funcionários, fornecedores, clientes, bancos e outros credores, instituições reguladoras (como a CVM e o Banco Central), o meio-ambiente e a comunidade em geral.
A Governança de TI, enquanto parte integrante da Governança Corporativa, é uma estrutura de relações, controles e processos que dirige a área de Tecnologia da Informação de uma organização, a fim de adicionar valor ao negócio através do gerenciamento balanceado do risco com o retorno dos investimentos de TI. Para muitas organizações, a informação e a tecnologia que suportam o negócio representam o seu mais valioso recurso. Além disso, num ambiente de negócios altamente competitivo e dinâmico é requerida uma excelente habilidade gerencial, onde a TI deve dar suporte à tomadas de decisões de forma rápida, constante e com custos aceitáveis.
Na atualidade, a questão da Governança de TI reveste-se de grande relevância, haja vista a dificuldade das organizações de garantir aos acionistas o retorno dos elevados investimentos em Tecnologia da Informação com a adequada gestão do risco. Há, portanto, necessidade da Academia contribuir nesse debate, oferecendo modelos e metodologias que aportem Governança à área de TI das organizações, por meio da elaboração sistêmica de pesquisas com foco nos aspectos de processos decisórios, de controle e de gestão desses temas.
No Programa de Mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação, pretende-se, nessa linha de pesquisa, desenvolver trabalhos nos seguintes focos de atuação:
1. Processos Decisórios da TI
Nesse foco, são abordadas questões relativas às decisões principais que determinam o uso eficiente da TI, modelos para alocação dos direitos decisórios, mecanismos de implementação da Governança de TI, técnicas para alinhamento da TI aos objetivos gerais de negócio, visão da TI como uma competência organizacional, inseridos no contexto de modelos organizacionais de Governança de TI.
2. Controle da TI
O intuito aqui é abordar como as estruturas de controle e auditoria de TI podem promover a agregação de valor aos processos de negócio da empresa e, principalmente, a adequada gestão dos riscos que a TI traz para o negócio. Nesse tópico, a ênfase é dada à gestão de processos e por processos, referenciadas à gestão de riscos corporativa (COSO II – ERM – Enterprise Risk Management).
3. Gestão de TI
Trata-se de pesquisa relativa à gestão eficaz dos processos e projetos de TI, abordando modelos de gerenciamento de serviços de TI (ITILv3 - Information Technology Infrastructure Library), planejamento estratégico da TI (Balanced Scorecard da TI e Plano Diretor de TI), gestão de projetos (Project Management Body of Knowledgement), terceirização estratégica de serviços de TI (eSCM de Carnegie-Mellon), entre outros.