Dirigido a
Bacharelado A inserção do Cientista Social no mercado de trabalho é de fundamental importância, pois, atuando profissionalmente, esse cientista tem as ferramentas necessárias para atacar por dentro os principais problemas do sistema e estrutura social vigentes. A sua inserção em equipes multidisciplinares de planejamento e assessoria a políticas públicas e de recursos humanos em empresas. Neste campo ele poderia contribuir para o fomento de reflexões sobre as conseqüências sociais possíveis, na aplicação de determinadas ações governamentais e relações dentro das empresas e propor novas ações em conseqüência do fracasso de outras, partindo de uma análise detalhada das causas do fracasso. Isso se aplica também à assessoria e consultoria a ONG’s que atuam nas mais variadas áreas. O campo da assessoria e consultoria de movimentos populares, o trabalho com a questão da mobilização e planejamento de estratégias e ações dos vários movimentos sociais, demanda a participação ativa de um profissional que possa orientar a abertura de “caminhos” no sentido de instrumentalizar o movimento para reverter determinados problemas. Porém, nesses campos de atuação, o Cientista Social tem que estar preparado para ser um profissional que tem visão e sensibilidade suficiente no sentido de reconhecer seus limites e, ao mesmo tempo, ter condições intelectuais e técnicas de conhecer e poder orientar “caminhos”, os mais variados possíveis, para reverter determinadas situações. Com isso, podemos lembrar Geertz quando ele fala que cabe ao Antropólogo, e isso podemos generalizar para todos os cientistas sociais, ler: “... uma multiplicidade de estruturas conceptuais complexas, muitas delas sobrepostas ou amarradas umas às outras, que são simultaneamente estranhas, irregulares e inexplícitas, e que ele tem que, de alguma forma, primeiro apreender e depois apresentar ... é como tentar ler (no sentido de ‘construir uma leitura de’) um manuscrito estranho, desbotado, cheio de elipses, incoerências, emendas suspeitas e comentários tendenciosos, escritos não com os sinais convencionais do som, mas com exemplos transitórios de comportamento modelado”. Com estas palavras, Geertz revela brilhantemente a importância, a dificuldade e complexidade do trabalho científico social. A partir do momento em que o cientista social tenta construir uma análise sobre uma realidade específica, ele deve acolher todos os dados possíveis, incluindo ações simbólicas, práticas cotidianas, intenções, manifestações diversas, discursos, momentos, comportamentos, etc., de modo a “arrumá-los” (se é que isso pode ser feito) em uma análise “decifradora” e “decodificadora” que aproxima-se muito mais da crítica literária do que de um trabalho matemático. O Cientista Social além de técnico, é também um artista. E como todo artista, deve produzir discursos, representações e produções sensíveis e cognitivas que busquem a “essência vital” daquela realidade que ele trabalha. E isso não é uma coisa que se consegue só com teoria. A prática é fundamental não só para a construção dessa sensibilidade artística, como também de exercício de aplicação de técnicas varias de estudo e pesquisa da realidade concreta. Ao tratar com uma realidade tão específica como é a da região norte do Ceará, na qual a UVA têm influência direta, o Cientista Social tem que conhecer muito bem essa região, nas suas mais variadas formas de manifestação cultural, religiosa, ecológica, educacional, política, econômica e social, privilegiando mais aquela a qual ele tem mais interesse de trabalhar na sua área de habilitação profissional. O estágio preferencialmente remunerado, assim como bolsas de iniciação à pesquisa científica, são instrumentos fundamentais para se executar realmente esta interação entre teoria e prática. O intercâmbio com empresas, instituições financiadoras de pesquisa, incentivo a pesquisa e extensão, deve ser buscado de forma intensiva e sistemática. Sem isso, o profissional de Ciências Sociais torna-se simplesmente um teórico, sem nenhuma possibilidade de atuação no mercado de trabalho. Tendo em vista esta reflexão, o Curso de Ciências Sociais da UVA - Habilitação - Bacharelado tendo como atuação concentradas nas perspectivas de trabalharem nas áreas de Assessoria, Consultoria e Pesquisa em Planejamento de Políticas Públicas, Capacitação de Recursos Humanos e Movimentos Populares. Licenciatura O perfil do egresso do curso de Ciências Sociais – Licenciatura está definido sob duas perspectivas gerais: a primeira, concernente às concepções modernas de formação profissional; e a segunda concernente as demandas específicas do profissional de ciências sociais, em conformidade com as diretrizes estabelecidas, e as suas correspondentes competências. Quanto às concepções modernas de formação profissional, partes dessas constando nas resoluções e pareceres oficiais, destacam-se as que enfocam a unidade entre um saber ao mesmo tempo prático e reflexivo, de forma indissociável, evitando-se, assim, que a prática, no caso do professor da Educação Básica, aconteça de forma mecânica, heterônoma, mas, ao contrário, consciente de suas múltiplas determinações, de forma crítica, circunscrita num tempo e espaço igualmente históricos. Sob essa perspectiva, a prática docente não se limitará a uma mera transmissão de conteúdos, nem de sua aplicação prática de forma mecânica, mas como construção histórica e social, em que diferentes sujeitos interagem na produção do conhecimento, razão pela qual a situação de aprendizagem é, antes de qualquer outra coisa, uma prática social, cabendo ao egresso de ciências sociais a competência para significar sua própria prática docente, como prática social e engajada. Dessa forma, a educação, como um todo, e a prática docente, mais especificamente, encontram sua significação no interior das ciências sociais, contribuindo para a compreensão da sala de aula (aprendizagem), bem como da própria escola, como um lugar social, repleto de conflitos que reproduzem as contradições da própria sociedade, mas que também se constituem num espaço de engajamento quanto à construção de valores democráticos, autônomos e emancipatórios, que a formação docente requer e promove. Diante disso, e fundamentado nas competências necessárias ao profissional de ciências sociais, o perfil do egresso do curso de licenciatura em Ciências Sociais está caracterizado por: Competências Referenciais - Possuir a capacidade de mediação teórico-prática, não somente no sentido do tradicional “repasse” de conteúdos, mas de uma forma nova de administrar e trabalhar tais conteúdos em sala de aula de modo a possibilitar sua instrumentalidade positiva, no que concerne ao aprimoramento da consciência crítica e emancipatória do educando. - Compreender a educação e, mais especificamente, a escola e a sala de aula nas suas mais diversas determinações sociais, políticas, econômicas e culturais, ao contrário de uma “ilha” imune ou meramente receptiva quanto aos valores e idéias da sociedade, o que implica a capacidade de analisar o processo educacional e o papel social da escola, considerando tais determinações; - Capacidade de gerenciar o seu desenvolvimento pessoal e profissional, orientado pelos princípios do aprender a aprender, aprender a ser e aprender a ensinar; - Possuir o domínio metodológico necessário à prática da investigação científica, não para que torne a pesquisa sua vocação profissional, mas para perceber o próprio processo educacional (a aprendizagem) como objeto de investigação científica, ao mesmo tempo ela mesma uma forma de pesquisa. - Se engajar em prol dos valores democráticos e de cidadania, o que inclui a tolerância às diversidades culturais existentes na sociedade e na escola. Competências Específicas - Possuir o domínio básico dos conteúdos teóricos e metodológicos das ciências sociais (Sociologia, Ciência Política e Antropologia), de forma crítica e interdisciplinar, ou seja, percebíveis como construções sociais que, longe de servirem de camisa-de-força ao enquadramento ou o esgotamento da realidade, sirvam de instrumentos positivos para, a partir deles, se produzirem novos conteúdos, mais atualizados que dêem conta da realidade social, política, econômica e cultural multifacetada. - Pensar a realidade humana e social a partir dos referenciais das ciências sociais, de forma interdisciplinar e com a perspectiva de totalidade, dentro da qual a própria realidade educacional, de forma a desenvolver uma coerência entre sua área específica, sua vida e seu trabalho. Possuir conhecimento e domínio das técnicas de investigação das ciências sociais, aplicando-as, sobretudo no processo de ensino-aprendizagem, bem como no aprofundamento do conhecimento da escola e da realidade educacional.
Conteúdo
Bacharelado As Ciências Sociais, particularmente a Sociologia, a Antropologia e a Ciência Política, nascem com o advento da modernidade e reflete suas tensões e transformações, compreendendo seus dilemas fundamentais. Portanto, a sociedade moderna depende dela para ser explicada e compreendida, coisa que as ciências da natureza isoladamente dificilmente podem fazer. Por isso, faz-se necessário, antes de definir o perfil do Cientista Social que se quer formar, refletir sobre alguns princípios teóricos que irão nortear a proposta. Estes princípios devem ser pautados nas seguintes questões: Qual a real inserção do cientista social, no sentido de indução e condução, nos processos de desenvolvimento econômico, político e social? Qual o verdadeiro papel do cientista, do pesquisador, do assessor, consultor, e/ou do planejador, que o profissional das Ciências Sociais propõe ser? Respondendo às questões colocadas, pode-se dizer que os Cientistas Sociais na sociedade moderna são, de certa forma, co-responsáveis pela resposta às demanda de inovação permanente que o modelo de desenvolvimento atual impõe à sociedade, principalmente no que se refere a audácia e imaginação criativa na exploração de novas idéias relativas à mudança no comportamento, relações sociais, estruturas econômicas, políticas e sociais. Portanto, o cientista social tem potencialmente a capacidade de “vender” ao mercado de trabalho não apenas sua energia física, mas sua mente, sua sensibilidade, seus sentimentos mais profundos, seus poderes visionários e imaginativos, ou seja, ele, além de usar da técnica e do método para executar seus projetos, também coloca sentimento e humanidade no seu trabalho, coisa que quase não se vê em profissionais de outras áreas que têm como prática recorrente a construção de máquinas sem “coração” e “sentimentos”. O Cientista Social então complementa o modelo tecnológico apontado pela chamada “globalização”, dando humanidade a este modelo. Esse modelo de desenvolvimento que é exposto pela “globalização” requer constante distúrbio e agitação para manter sua elasticidade e poder de recuperação, reconstruindo e remodelando a si mesmo de acordo com as novas demandas apresentadas pela sociedade. Por isso, o “inimigo”, ou seja, o profissional crítico, torna-se, mesmo sem querer, amigo do sistema, pois, de fato, ele estará contribuindo para repensar possíveis “erros” de percurso. É por esse motivo que o Cientista Social, além de dominar a técnica e o método tem que ser sensível à realidade posta, tendo em vista construir um grau de humanização que supere as condições desumanas de vida na nossa sociedade atual. O futuro Cientista Social que entra no mercado de trabalho precisa ter acesso a uma formação multifacetada, pois as oportunidades oferecidas são escassas exigindo uma preparação que possa adaptar-se criativamente as possíveis ofertas que surgem. O futuro profissional tem que ser versátil, inovador e, além de tudo, saber participar dos dispositivos e instrumentos destinados a sua inserção social como cidadão. Os desafios são tantos e tão variados que, em determinadas regiões colocam-se problemáticas que em outras não existem. Por isso, cabe ao Cientista Social ser capaz de perceber as diferenças e trabalhar na perspectiva de apontar propostas adaptadas a realidade local. Cabe também ao Cientista Social procurar a dimensão autocrítica da ciência, no sentido de perceber o quanto se valorizou monologicamente a razão, destacando-se e exaltando-se somente a dimensão operativo-instrumental, ou melhor, a técnica em detrimento da humanidade. A procura encontra-se na construção de ações mais harmônicas, ligadas à complexidade própria da realidade, reconhecendo seus limites potenciais. Para isso, tem que abdicar da aura onipotente que se construiu em torno da técnica e do método. Não seria um culto ao saber contemplativo, mas um resgate de sua função comunicativa, sem romper com a humanização das ações. Isso formulando um pensamento incorporado à comunicação constante entre valores, sentimentos, magia, técnica, ética (na dimensão clássica de virtude, paixão, beleza e humanística), estética, crítica, autocrítica e a harmonia instável (lógica e ao mesmo tempo, contraditória) dos eventos de nossa sociedade, na constante tentativa de refazer-se e na busca utópica de ser e do estar em plenitude. Licenciatura A proposta que ora se apresenta quer ser atualizada em relação às concepções mais contemporâneas de formação docente, em geral, e da formação docente em Ciências Sociais, e, por isso, renova seu engajamento na realidade social a partir de novas demandas e perspectivas, sobretudo a marcada pela preocupação com a qualidade da educação, para a qual a habilitação e capacitação docente constitui uma condição necessária. No que concerne mais especificamente à formação docente em Ciências Sociais, tendo em vista sua ramificação nos campos da Sociologia, Antropologia e Ciência Política, tal desafio se faz mais complexo, considerando que cada uma dessas áreas do saber científico-social, se constitui a partir de horizontes científico-metodológico específicos, que demandam ao mesmo tempo uma visão interdisciplinar na formação do professor. A proposta que ora se apresenta considerou não só essa perspectiva interdisciplinar entre esses diversos campos do saber, mas também os que compreendem as demais disciplinas científicas, sobretudo as mais concernentes às ciências sociais, tais como a Filosofia, a História, a Geografia, a Economia, dentre outras, sem as quais as Ciências Sociais ficariam incompletas. Considerou também a perspectiva de totalidade que a nova formação docente requer, quanto à formação de um professor comprometido com a prática social, sensível à investigação científica dessa própria prática, comprometido com a realidade cultural mais ampla do educando, bem como com a modificação da realidade e a construção da cidadania. Para isso a formação docente não se limita somente à sala de aula ou aos conhecimentos específicos da área, o que são também necessários e importantes, mas ao conjunto de atividades acadêmico-culturais, bem como atividades práticas que somam à formação docente elementos necessários para a formação de um educando cada vez mais próximo ao perfil que essa proposta explicitará. A flexibilidade que esta proposta contempla constitui outro elemento importante para que os fins possam ser obtidos, se não próximos os objetivos traçados, de modo a acrescentar à formação docente novidades que ultrapassem ao que foi programado, enquanto crescimento e aprimoramento. Certos de que a prática de estágio não se constitui a única forma de prática promovida pela presente proposta pedagógica, é esta que propiciará a partir da segunda metade do curso, o contato inicial com a sala de aula que, somados os demais elementos importantes da formação, instrumentalizará o futuro professor com ferramentas sólidas e eficientes para o exercício posterior da docência. Por fim, considerou-se a perspectiva das competências que caracteriza a elaboração dos novos currículos, no caso, as concernentes à formação de professores na área de ciências sociais que serão elencadas levando-se em conta a discussão no interior dessa respectiva área que vem se travando em nível nacional.
Muito boa
O curso de Ciências Sociais da UVA é muito bom!
Claudiana Silva
Graduação em Ciências Sociais - Noviembre 2011
Um conhecimento que apontou meu rumo
Foi as Ciências Sociais, com todo seu arcabouço de ciência superorgânica, que me forneceu os elementos para penetrar no complexo mundo do homem. Sou realizado por esta pequena etapa de um conhecimento tão amplo. Agradeço pela generosidade de uma docência tão precária e ao mesmo tempo tão solícita. Os erros programáticos aconteceram e continuarão acontecendo. Não conheço o caminho dos acertos sem a didática dos erros. Tudo que aconteceu ao longo do curso pontuaram o caminho do pesquisador que acabou se tornando o objeto de pesquisa.
Mario Lúcio Moreira
Graduação em Ciências Sociais - Octubre 2011
Foi um curso muito proveitoso para minha vida profissional, o qual deixou um apredizado para que eu pudesse me realizar profissionalmente.
Francisca Aguiar Macedo
Graduação em Ciências Sociais - Junio 2011
O curso foi bem proveitoso.
Maria Eunice Carvalho
Graduação em Ciências Sociais - Junio 2011
O curso é muito bom, pois enfatiza as relações quotidianas que ocorre nas sociedades, abordando as relações politicas e sociais, permitindo uma compreensão da nossa realidade. Para quem se identifica com a área, recomendo!
José Haroldo Pereira do Nascimento
Graduação em Ciências Sociais - Junio 2011