Análise do educedu
Mestrado em História
Área de Concentração
História Social
As reflexões sobre diferentes experiências sociais - rurais e urbanas - e sobre culturas ainda pouco historicizadas resultaram num interesse maior pela história social e na reformulação das linhas de pesquisa anteriormente voltadas à história dos movimentos sociais e das ideologias. Esta formulação contribui para afirmar a escolha da história social como área de concentração do Programa e de Linhas de Pesquisa que problematizam lutas, disputas e contradições existentes em diferentes vivências urbanas, nos espaços, temporalidades e experiências de trabalho e em inúmeras representações sociais. Nessa perspectiva, o Programa se preocupa em estimular pesquisas sobre diferentes experiências sociais, incluindo culturas nem sempre conhecidas e buscando escapar tanto das generalizações quanto das armadilhas da fragmentação.
Elegendo a História Social como área de concentração, a proposta de trabalho do Programa encontra subsídios para valorizar outros sujeitos, que não os heróis nacionais, como sendo capazes de fazer a História, sem reduzi-los a novos heróis ou vilões. Reconhecendo a heterogeneidade de experiências de homens, mulheres e crianças, a história social trabalha no sentido de democratizar a história, reconhecendo, portanto, os desafios que se colocam ao, pesquisador da atualidade.
Linhas de Pesquisa
Cultura e Trabalho
A linha de pesquisa procura discutir as relações trabalho e cultura, problematizando modos de viver e trabalhar, formas de transgressão, de resistência, procedimentos de normatização e disciplinarização, as condições de exploração intensiva, as mobilizações, as lutas e solidariedades, atentando para como os trabalhadores experimentam a questão do trabalho na sua vida e organizam seu tempo social.
Nessa perspectiva, coloca-se esta linha no interior de uma reflexão trazida pela História Social, quando esta se liberta da exclusiva vinculação dos movimentos sociais com a história sindical e a do movimento operário, principalmente da forma feita em certos momentos pela historiografia geral e brasileira em particular.
Outra perspectiva presente nesta linha de pesquisa diz respeito a ultrapassar produções que priorizam os estudos dos movimentos dos trabalhadores, acompanhando apenas as realizações das lideranças e dos segmentos ativistas, obscurecendo a análise da vivência de outros homens, mulheres e crianças, negligenciando forças culturais importantes, incluindo-se a vida em família, hábitos sociais dos diversos setores da população, a religiosidade e o seu peso na formação de tradições, as festividades populares, as experiências, que constituem campos e cidades.
Com as reflexões formuladas nessa linha de pesquisa pretende-se problematizar dualidades convencionais acompanhando redefinições de ofícios e profissões frente a natureza das questões do mundo do trabalho contemporâneo, onde a pobreza, a exclusão e a informalidade assumem, ao invés do trabalho/emprego a frente do cenário, redimensionando o campo de discussão.
Cultura e Cidade
Nessa linha de pesquisa a preocupação volta-se para os modos de constituição do urbano, entendido a partir da emergência histórica de uma nova natureza e significação do trabalho, traduzida em profundas alterações na distribuição dos tempos, no uso dos espaços, nas relações entre grupos e forças sociais.
Assim, as intenções de estudo voltam-se para os processos de construção das condições materiais de vida, dos modos de viver, tanto quanto dos valores, hábitos, comportamentos, atitudes, crenças que o viver, trabalhar e lutar no urbano comportam processos - processos esses que podem ser apreendidos a partir de alguns recortes:
1. Cotidiano, experiência social e luta cultural – Nesse recorte busca-se refletir sobre a experiência social cotidiana na constituição do espaço urbano, pensando a cidade como lugar de práticas, tradições e hábitos culturais conflitantes.
2. Poder, instituições e cultura – Busca-se refletir sobre o exercício do poder, os processos de disputa nas várias dimensões da vida urbana, entendendo a cidade e suas instituições como espaços da produção de conflituosas relações - materiais e mentais - pôr onde se tecem historicamente dominação, resistência, cooptação e consenso.
3. Cidade, representação e cultura – Salientando a importância, nesse quadro, da apreensão de dimensões do imaginário do trabalhador e da construção da sua memória como elemento básico da constituição de sua própria identidade sócio -cultural, esse recorte propõe sobretudo reflexões em torno da cidade, representações e cultura. A proposta é apreender questões sobre a representação da cidade, entendendo que as relações entre estas e o viver ultrapassam os "esquemas mentais" e assumem dimensões mais amplas nos modos culturais de viver. Tratando o campo da representação como campo de luta, reconhece-se o controle do imaginário, de sua produção, difusão e manejo como esfera da disputa do poder na sociedade.
Cultura e Representação
A linha de pesquisa Cultura e Representação reconhece a produção historiográfica como uma "representação do passado" (Pierre Nora). Questiona-se sobre a historicidade das relações culturais e sobre o processo de construção das representações, marcadamente um processo relacional de influência mútua, simultaneamente constituinte e constituído.
Interrogando-se sobre as representações como permanências e modificações, como circulam em diferentes momentos históricos, como tecem relações de poder e como relacionam-se com a experiência social e podem refletir, expressar e/ou ocultar as contradições da trama histórica, vislumbrando as alternativas que historicamente abriram-se, esgotaram-se e reelaboraram-se em
função dos confrontos.
Cultura e Representação envolve questões tanto ao nível da historiografia como de outras áreas do conhecimento. É na procura desses múltiplos significados que esta linha incorpora perspectivas de análise que utilizem, além de uma documentação já clássica na produção historiográfica, um quadro diversificado de fontes que engloba a literatura, a música, o teatro, danças e rituais, a oralidade, a fotografia, a pintura e outras manifestações imagéticas.
Além de todo um amplo repertório ligado a aspectos da criação/produção/difusão cultural; os grupos e instituições produtoras/propagadoras; a "indústria cultural", a reprodução ampliada dos bens simbólicos e todas as ações e políticas culturais.
Estrutura Curricular
Disciplinas Obrigatórias 03 Disciplinas - 09 Créditos
· História e Cultura
· Núcleo de Pesquisa
· Pesquisa Histórica
Disciplinas Eletivas 02 Disciplinas – 10 Créditos (Mínimo Obrigatório)
· Cultura e Cidade
· Cultura e Representação
· Cultura e Trabalho
Atividades Programadas 03 Créditos (Mínimo Obrigatório)
De acordo com o Orientador
Elaboração de Dissertação – 08 Créditos
Conclusão de Curso
Mínimo de 30 créditos sendo:
09 créditos em Disciplinas Obrigatórias
10 créditos em Disciplinas Eletivas
03 créditos em Atividades Programadas
08 créditos em Elaboração de Dissertação
O curso de História da Puc São Paulo é ótimo.
Paulo Sérgio Alves Queiroz
Mestrado em História - Junio 2011