Análise do educedu
Mestrado em Administração
A gênese do Programa de Mestrado em Administração de Empresas da FUCAPE se valeu da experiência adquirida no desenvolvimento do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis. Essa foi fundamental para identificar as necessidades das organizações e traçar o perfil do Administrador requerido, seja para ocupar postos na média e alta gerência, seja para a formação de professores e pesquisadores. Essa experiência revelou forte inclinação do mercado para buscar profissionais com larga base de conhecimentos de instrumentos de gestão, ampla informação sobre dinâmica do mercado internacional e sensibilidade mercadológica.
O programa de Mestrado em Administração de Empresas conta com cinco áreas de estudo distribuídas em três linhas de pesquisa: Finanças e Comércio Internacional; Avaliação de Empresas; e Estratégia Empresarial e Governança Corporativa. As áreas de estudo estão divididas em: Marketing, Estratégia, Comercio Internacional, Finanças e Gestão de Pessoas.
O aluno escolherá a área de estudo que pretende desenvolver suas pesquisas e a partir das disciplinas cursadas e do enfoque previsto no projeto de dissertação é definida a linha de pesquisa que o mestrando irá participar. Para que esse processo seja bem sucedido, os alunos deverão trabalhar diretamente em conjunto com os professores dentro de suas áreas de especialização. O aluno deve sempre procurar em seus estudos criar uma interação entre pesquisa acadêmica e realidade empresarial.
Na linha de pesquisa de Avaliação de Empresas, o foco está na expansão dos conceitos de avaliação de empresas clássicos ligando estes à nova realidade empresarial das empresas modernas. Esse conceito partiu da visão de que o volume de investimentos em ativos intangíveis (marcas, pesquisas e desenvolvimento, tecnologia de gestão, capital intelectual etc.) cresceu significativamente nas últimas décadas. A criação de competências parece ser uma prioridade para muitas empresas e o investimento em ativos intangíveis parece ser peça-chave desse processo. Por outro lado, as regras contábeis tradicionais têm primado por certo conservadorismo no tratamento desses gastos e, geralmente, classificando-os como despesas. Esse tratamento contábil gera conflitos importantes e promove ineficiências na alocação interna de recursos, bem como na avaliação de performance e mensuração de desempenho. Um possível conflito gerado por esse tratamento contábil é aumentar os incentivos para que os gestores não realizem investimento em ativos intangíveis comprometendo o desempenho da empresa no longo prazo. Nesse momento, podemos ver a interface dos estudos em avaliação de ativos intangíveis e governança corporativa. Os sistemas de avaliação e monitoração de performance são peças importantes nos mecanismos de governança corporativa visando alinhar interesses e mitigar o tradicional conflito de agência. Assim, estudos que visam à avaliação econômica de investimentos em intangíveis contribuem para a melhora dos sistemas de governança corporativa.
Na linha de pesquisa de Finanças e Comércio Internacionais, o foco está na relação entre mercados financeiros internacionais e a performance das empresas brasileiras. O objetivo é preparar alunos para operarem em ambientes onde é forte a competição com firmas estrangeiras. Mais especificamente, estudar como a abertura da economia brasileira ao capital e ao comércio internacional afeta as diferentes empresas nos diferentes setores. Em particular, como as políticas macroeconômicas brasileiras ao afetarem o movimento de capital e o mercado de câmbio têm alterado a performance (retorno e risco) das empresas e como a gestão deve reagir a este ambiente. As pesquisas nessa linha têm como característica forte integração multidisciplinar entre as áreas de economia, finanças e gestão.
Na linha de pesquisa em Estratégia Empresarial e Governança Corporativa, o foco é estudar o posicionamento estratégico das firmas dentro de suas indústrias sob a ótica econômica clássica e relacioná-lo com a estrutura de governança presente. Esse conceito partiu da visão de que a estrutura de governança das firmas interage fortemente com suas estratégias. Um determinado modelo de governança pode ser um empecilho para o posicionamento estratégico da firma. Por exemplo, uma empresa industrial que possui modelo de governança familiar pode encontrar dificuldades para crescer e ganhar economias de escala por falta de acesso aos mercados internacionais de crédito e capitais. A literatura mostra que empresas que possuem modelos pobres de governança têm dificuldade em acessar o financiamento externo. No entanto, esse financiamento é essencial para que a estratégia de crescimento por intermédio de aquisições, por exemplo, possa ser implementada. Assim, observa-se uma ligação nítida entre estratégia e estrutura de governança que culminará na formação ou não de vantagem competitiva para a organização. Esse tipo de estudo, de natureza pioneira no Brasil, será realizado na FUCAPE.