Aprenda uma variedade de assuntos que conectam os estudos Judaicos e Cristãos e descubra a importância do Judaísmo Antigo no Novo Testamento.
Resumo do programa.
1. Introdução: Paradigmas tradicionais repensados
Lemos a Bíblia através da ótica das tradições que a receberam – interpretações feitas através dos séculos. A maioria dessas interpretações considera que havia um "cristianismo" totalmente separado e diferente do "judaísmo" logo após a vida de Jesus na terra. Algumas dessas interpretações já posicionam essa separação durante o ministério de Jesus. Nessa aula, descobriremos como o "movimento de Jesus" ou a "seita de Jesus" continuou sendo um grupo judaico por décadas após a destruição do Templo em Jerusalém.
2. Os Pergaminhos do Mar Morto e o Novo Testamento
Essa aula explorará como os Pergaminhos do Mar Morto pode ser úteis para entender as ideias contemporâneas dentro da cultura em que o Novo Testamento foi formado.
3. Samarianos e Samaritanos: Repensando a mulher Samaritana
Essa aula analisará profundamente o personagem da Mulher Samaritana em João 4, dentro do contexto da identidade samaritana, a visão que os habitantes da Judeia e da Samaria tinham uns dos ouros no século I d.C., e a essência da conversa entre Jesus e a mulher samaritana como foco no local correto de culto.
4. João, os judeus e o judaísmo: Repensando a história de Lázaro
Essa aula reexaminará o retrato "dos judeus" no Evangelho de João. "Judeus" é a tradução mais equivocada da palavra grega “Ioudaioi”, que na verdade significa “habitantes da Judeia”. Nessa aula veremos como o escritor do Evangelho usa o termo “Ioudaioi” para retratar um subgrupo de líderes do Templo de Jerusalém e residentes da Judeia – não um conflito religioso entre "judeus" e "cristãos".
5. Flávio Josefo e Estudos do Novo Testamento
Essa aula analisará alguns dos textos do historiador judeu Flávio Josefo e como esses textos podem ajudar a preencher algumas lacunas no contexto histórico do Novo Testamento.
6. Movimentos Judaicos de acordo com Josefo
Os textos de Josefo são fundamentais para entender as diferentes seitas judaicas do século I d.C., especificamente os Fariseus, Saduceus, Zelotes e Essênios. Lemos sobre todos esses menos um, os Essênios, nos Evangelhos. Essa aula examinará as características de todas essas seitas para entender melhor o lugar de cada uma delas no Novo Testamento.
7. Teologia do Logos judaico e Dois Poderes nos Céus
As ideias judaicas de Logos, "a Palavra", existia antes de Jesus e deu base ao entendimento de Jesus como a "Palavra feita carne" dentro do movimento de Jesus, especialmente como lemos em João 1. Nessa aula analisaremos o desenvolvimento e os conceitos por trás das ideias judaicas de Logos, que incluem a crença em alguns círculos judaicos de que havia um segundo ser divino nos céus que compartilhava o nome e a divindade do Senhor, mas que ao mesmo tempo seria diferente de Deus, o Pai.
8. Judeus e o Helenismo: Repensando a Cura de Betesda
Helenismo, uma palavra que basicamente significa "grego-ificação", foi uma grande influência sobre o pensamento judaico no século I d.C. Jerusalém não era exceção, já que muitas influências gregas e romanas se infiltraram na cidade. Analisaremos algumas delas, incluindo a possibilidade de que a piscina de Betesda, o local de um dos milagres de Jesus em João 5 pode ter sido um centro de cura pagão conhecido como asclepeion, dedicado ao deus da cura, Asclepius. Longe de transformar o Evangelho em pagão, isso demonstraria como Jesus estava em busca de israelitas perdidos.
9. Os primeiros seguidores judeus de Jesus e a Torá
Nessa aula analisaremos o que o Novo Testamento fala sobre a Torá. Qual era a atitude de Jesus perante a Torá? Como os apóstolos enxergavam a Torá? Ao contrário do que afirmam séculos de tradição que interpretam o Novo Testamento como um anúncio do fim da Torá, descobrimos que Jesus e seus discípulos, além do apóstolo Paulo, na verdade honravam, praticavam e fortaleciam a Torá.
10. Jesus entre os rabinos: Explorando ideias em comum
Jesus pode ser visto como alguém que seguia a tradição dos sábios judeus, preocupado com a interpretação correta da Torá. Essa aula demonstrará como Jesus pode ser considerado um rabino do século I.
11. O Judaísmo dos Quatro Evangelhos
Qual Evangelho é o "mais judaico"? Qual é o "menos judaico"? Geralmente escutamos que Mateus é o "mais" e João é o "menos". Mas será que isso é certo? Nessa aula consideraremos os fatores de cada Evangelho que pode identificá-lo como judaico ou gentil. Também analisaremos os "desqualificadores" para ver se realmente indicam uma origem não judaica e/ou audiência planejada para cada Evangelho.
12. Hebraísmos no Novo Testamento
"Hebraísmos", característicos do idioma hebraico aparecendo em textos gregos do Novo Testamento ajudam a posicionar esses textos como de origem judaica. Analisaremos alguns desses Hebraísmos por todo o Novo Testamento e exploraremos o que a presença deles significa para nossa compreensão dessas partes das Escrituras.
13. A remoção dos judeus do Novo Testamento: Ilusão ou Realidade
O processo de remoção do judaísmo dos textos do Novo Testamento e fazer com que soe mais "cristão" aconteceu por séculos e afeta a maneira como lemos e interpretamos os textos. Nessa aula analisaremos alguns aspectos do Novo Testamento em que o judaísmo foi removido dessa maneira e leremos o original para redescobrir o judaísmo nos textos.
14. Judaísmo rabínico: História, textos, tradições
Muitas das principais ideias e conceitos do judaísmo rabínico, ou seja, o judaísmo desenvolvido depois da destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C., existiu em períodos anteriores. O século I d.C. reflete os estágios iniciais desse desenvolvimento. Estudaremos este estágio formativo e descobriremos como entender o desenvolvimento da interpretação da Torá nos ajuda a entender o que lemos sobre Jesus no Novo Testamento.
15. Hillel, Shamai e os ensinamentos de Jesus
Seguindo a aula anterior sobre judaísmo rabínico, essa aula explorará alguns dos principais ensinamentos dos dois sábios famosos Hillel e Shamai e como seus métodos de interpretação da Torá e suas escolas de pensamento tinham importância durante a época do Novo Testamento e sua influência nos debates de Jesus com oponentes.
16. Misticismo Merkabah: Anomalias no judaísmo rabínico
O misticismo Merkavah, ou “carruagem”, era popular em alguns círculos judaicos antes e durante o período de vida de Jesus. Leremos exemplos disso em Ezequiel e Daniel, além de outros textos judaicos. Esse fenômeno dentro do judaísmo continua o assunto dos "Dois poderes nos Céus" e oferece um pouco do contexto em que a crença da Divindade de Jesus se desenvolveu.
17. Rute e Naaman: Dois caminhos para o Deus de Israel
O movimento apostólico foi marcado por um debate pesado sobre gentios buscando o batismo e fazendo aliança com Deus através do messias de Israel: "O que fazer com esses gentios? Como aceitamos eles? Exigimos que se convertam ao judaísmo ou permitimos que façam parte como gentios sem mudar seus status?" Essa aula explorará as duas possibilidades de status: conversão total ou temeroso de Deus, a primeira representada pela Rute bíblica e a última pelo capitão arameu Naaman em 2 Reis 5. Veremos qual é o caminho que o Conselho de Jerusalém decidiu requerer dos gentios em Atos 15.
18. A revelação de João: Um Apocalipse Judaico
Leremos o Livro de Apocalipse como um trabalho judaico dentro do gênero da literatura apocalíptica.
19. Judeus, pagãos e deuses: Entendendo o monoteísmo antigo
Essa aula examinará o "teísmo" predominante na antiguidade: o henoteísmo, o conceito de que todos os deuses existem mas apenas um deve ser cultuado. Analisaremos as evidências para essa crença dentro de Israel nas Escrituras, examinaremos a crença antiga de que todos os deuses têm relação familiar e alianças com pessoas ou grupos, e exploraremos as afirmações do apóstolo Paulo sobre as divindades pagãs e como os gentios em Cristo deveriam se relacionar com eles.
20. Dias sagrados de Israel: Interpretações no calendário judaico
Essa exploração do calendário sagrado de Israel irá aplicar as festas e jejuns às menções dessas observações no Novo Testamento, aplicadas na vida de Jesus nos Evangelhos e tidas como uma questão de liberdade para os judeus - e os gentios em Cristo do apóstolo Paulo. Também veremos como essas festas e jejuns foram escondidos e rechaçados com o desenvolvimento do cristianismo durante os séculos.
21. Israel no mundo romano
Examinaremos as atitudes pagãs romanas frente aos judeus e o judaísmo, o lugar do judaísmo no mundo romano e o papel do status na sociedade romana e no movimento de Jesus.
22. Evangelho Judaico em Cidades Romanas
Analisaremos como o Evangelho, como forma de ser judeu, se espalhou pelo Império Romano através dos apóstolos. Como o Evangelho foi recebido em uma cultura que via a conversão do paganismo romano para uma seita judaica como uma traição nacional e ética?
23. Comendo com gentios: Tensão da Profanação
Exploraremos a santa ceia entre judeus e gentios na antiguidade, como foi lidada pelo movimento de Jesus e quais eram os requisitos para os gentios em Crist
24. Redescobrindo o Paulo judeu no Novo Testamento
Nessa aula veremos o apóstolo Paulo como um judeu apocalíptico do século I. Diferente de converter-se do judaísmo ao cristianismo que ainda não existia, Saulo/Paulo nunca deixou de ser judeu, mas acreditava que Jesus de Nazaré era o Messias de Israel e mudou a sua forma de ser judeu.
25. O Shemá de Paulo e as Nações
Examinaremos como o Shemá, a oração mais importante de Israel – “Escuta, Ó Israel: O SENHOR é o nosso Deus, o SENHOR é único!" – informou a teologia do apóstolo Paulo e a sua visão de como os gentios deveriam ser trazidos para dentro do movimento de Jesus.
26. Romanos e Gálatas em contexto
Essa aula foca na importância vital de ler e entender as cartas para romanos e gálatas dentro do contexto do público-alvo das cartas. Em cada um dos casos, o apóstolo Paulo estava escrevendo para uma comunidade com problemas e preocupações diferentes. Leremos as cartas individualmente para tentar diferenciar o que cada carta diz para seu público específico e a relação entre gentios e judeus nas congregações romanas e gálatas.
27. O estigma da circuncisão
Analisaremos as visões pagãs e judaicas da circuncisão e exploraremos a controvérsia dentro do movimento de Jesus se a circuncisão dos gentios em Cristo deveria ser exigida. Colocaremos o debate da circuncisão dentro do contexto das cartas de Paulo para os gálatas e a forte proibição do apóstolo de que os gálatas sejam circuncidados.
28. Lei, promessa e a alegoria de Paulo
Exploraremos a carta para os gálatas novamente, dessa vez considerando a alegoria das "duas mães" de Paulo, Sara e Agar. Veremos que o uso dessa alegoria por parte de Paulo dá um status de herança da aliança para os gentios em Cristo.
29. Judeus, as Nações e o que há no meio
Essa aula analisa o conceito de status social e nacional no Império Romano e como esse conceito afetou a entrada de gentios ao movimento de Jesus, tanto pela visão de Israel quanto pela visão do Império Romano, que enxergavam esses gentios como traidores. Gentios em Cristo não eram nem judeus nem romanos e tinham um status intermediário. Apesar de terem o conforto de saber que eram aceitos por Deus como gentios, sem mudar seu status étnico, essa posição social os transformava em alvo de perseguição social. Não sendo israelitas e recusando-se a oferecer sacrifícios ao imperador, fez com que sua lealdade fosse questionada por vizinhos, parceiros de negócios e o governo.
30. Um homem novo e confusão de identidade
Seguindo a aula anterior, nossa última aula trata do "homem novo" esperado pelo apóstolo Paulo: Judeus e gentios continuando a ser judeus e gentios, mas vivendo sob o mesmo teto porque Cristo acabou com a "parede de divisão" (Efésios 2:14-15). Gentios fazem a aliança com Deus e compartilham as promessas feitas a Israel através do auto-sacrifício de Cristo. Veremos como essa visão original de unidade pode ser recuperada, mesmo após séculos de omissão do sonho de Paulo.